Paralamas e Titãs abrem o Rock in Rio

Titãs e Paralamas do Sucesso, que têm no currículo grandes apresentações em edições passadas do evento, abrem juntos o Rock in Rio 2011. O Show esta marcado para hoje a partir das 19h, com trasmissão via You Tube.

A história de Titãs e Paralamas do Sucesso se cruza há 30 anos. Cada um dos grupos, ao seu modo, foi responsável por moldar o que ficou conhecido como BRock, o movimento de bandas nascidas entre o fim dos anos 1970, como projetos mambembes de colégio e faculdade, e meados dos anos 1980, quando estouraram e ganharam o país com discos e canções que marcaram época.

Experimentados no palco, os grupos tocaram juntos pela primeira vez em 1999, numa apresentação que resultou num disco promocional. Mas foi em 2008, em comemoração dos 25 anos dos cariocas dos Paralamas, que a parceria com os paulistanos dos Titãs se estendeu mais fortemente. As bandas fizeram uma turnê – que também rendeu um registro ao vivo – povoada de sucessos de ambos os lados. A lista de hits é de fato extensa aqui e lá. Vital, Óculos, Lanterna dos Afogados e Alagados, dos Paralamas; Bichos Escrotos, Sonífera Ilha, Cabeça Dinossauro e Polícia, dos Titãs.

Na quarta edição do Rock in Rio, que começa nesta sexta-feira, no Rio de Janeiro, a dobradinha vai se repetir no show de abertura do Mundo, palco principal do festival. E deve evocar, para as duas bandas, um significado forte. O show realizado pelos Paralamas em 1985, na primeira edição do Rock in Rio, é considerado um ponto de virada na carreira do grupo. “Nunca nos apresentamos para tanta gente. Até hoje, todo mundo lembra do nosso show”, contou ao site de VEJA o baterista João Barone – colega de Herbert Vianna, vocalista e líder, e do baixista Bi Ribeiro, nos Paralamas.

Para os Titãs, o grande show da carreira aconteceu em 1991, seis anos depois, na segunda edição do festival. À época com oito membros – hoje são quatro: Tony Belloto, Branco Mello, Sergio Britto e Paulo Miklos –, a banda trabalhava canções dos discos Õ Blésq Blom e Tudo ao Mesmo Tempo Agora.

Novo público - Muita coisa mudou de 1991, e ainda mais de 1985, para cá. Os músicos viraram pais, o público se renovou. “Tudo ao redor mudou radicalmente. Mas, quando saímos do camarim rumo ao palco, sentimos como se ainda estivéssemos em 1982”, diz Tony Bellotto, guitarrista dos Titãs. “A vontade de tocar também é a mesma”, acrescenta Barone. “Não podemos parecer jovens e forçar a barra para conquistar um novo público. Mas a canção tem força sozinha. É como se a nossa reputação nos precedesse”, tenta explicar o baterista dos Paralamas. “Os jovens de qualquer época têm anseios parecidos. Para os olhos de muitos deles, somos uns tiozões, mas a música segue tonificada”, aposta Bellotto.

Para o show de abertura do Rock in Rio – uma responsabilidade e tanto, assumem – o repertório tem uma receita simples. “Hits", entrega o guitarrista. "O show é curto e será assistido por milhares de pessoas. Não podemos perder tempo.” Do lado dos Paralamas, a lista está quase fechada. "Vai ter Óculos, Meu Erro, Alagados... que mais? A Novidade, Uma Brasileira”, conta Barone.

Mas não é só no palco que as bandas querem ficar. Há outros grupos na escalação do festival que despertam a curiosidade dos músicos dos Titãs e Paralanas e que foram fundamentais as bandas forjarem sua sonoridade nos últimos 30 anos. “Não posso perder o show do Red Hot Chilli Peppers”, diz Barone, citando o grupo americano que toca no sábado, 24. Para os Titãs, a lista é maior: além do Red Hot, Metallica (domingo, dia 25) e Stevie Wonder (quinta, 29).
 
Para maiores informações : www.rockinrio.com.br